1/15/2010

Cometários sobre Torá e Ciência

Muitas pessoas afastam-se da Torá por pensarem que a ciência já negou as Escrituras. Elas pensam que a ciência já comprovou que o mundo tem bilhões de anos ou que o homem evoluiu do macaco e, que, portanto é apenas mais um ser que por coincidência está aqui na Terra e etc. Com isso, a Torá torna-se, para elas, apenas um conjunto de tradições, estórias e leis antigas que por vezes são até interessantes, mas nada que deva ser levado muito a sério.
Aqui não tenho a pretensão de esgotar o tema, mas apenas de expor alguns pensamentos sobre isso e indicar material para leitura sobre o assunto.
Esta postura de crença total na ciência corresponde a uma atitude do século XIX que refletia a ciência do século XVIII em que se acreditava que esta seria capaz de nos revelar as causas de tudo. Um ótimo exemplo é a mecânica de Newton que expõe o mundo como uma máquina em que tudo se encaixa. Infelizmente, até hoje é esta idéia de ciência que aprendemos nas escolas. No entanto, apenas analisando algumas citações de grandes cientistas da mais consistente das ciências, a Física, vemos que o conceito mudou muito. Veja o que Einstein diz: "Os conceitos da física são livres criações do espírito humano e não são, embora possa parecer, determinados unicamente pelo universo externo". E Heisenberg: "Não observamos mais a natureza mesma, mas a natureza submetida a nosso método de questionamento".
São citações que nos ajudam a entender basicamente que a ciência tem grandes limitações. Primeiro, há a limitação do método, isto é, a investigação da realidade é limitada à capacidade do método de investigá-la. Então, se recorta a realidade e estuda-se esse recorte com um determinado método limitado. Segundo, a ciência não expressa a realidade externa apenas, ela é sujeita ao investigador. A realidade que percebemos não é a realidade mesma.
Veja que aqui estou falando do melhor a que a ciência pode chegar. Isto sem contar que há interesses financeiros, políticos, profissionais, psicológicos envolvidos quando se trata de cientistas e instituições de pesquisa. Um bom exemplo contemporâneo deste tipo de interesse prejudicando a pesquisa científica é a questão do aquecimento global que é alardeado como uma tragédia para a humanidade, enquanto hoje vários cientistas já são céticos em relação ao fenômeno ou pelo menos em relação a antropogênese deste. Apesar de não divulgado adequadamente pela imprensa brasileira, é fácil encontrar na internet que os cientistas do aquecimento global estavam forjando dados para favorecer os seus interesses e os de seus financiadores. Veja: http://www.anovaordemmundial.com/2009/12/ultima-noticias-sobre-o-climategate-e-o.html e http://scienceandpublicpolicy.org/images/stories/papers/originals/Monckton-Caught%20Green-Handed%20Climategate%20Scandal.pdf.
Longe de mim fazer pouco da ciência. Considero-a atividade importante e tenho apreço por ela. Além de muitas vezes nos ajudar a saber mais sobre pontos da realidade, ela é um dos elementos importantes para o avanço tecnológico em várias áreas que ajudam o homem a ter uma vida mais confortável como a informática, as comunicações e a medicina. Apesar de também termos que lembrar que esta mesma tecnologia pode ser voltada para fins destrutivos. A energia atômica é um bom exemplo disso.
Quero apenas colocar a ciência no seu devido lugar e retirá-la do posto de fornecedora de verdades absolutas. Se a ciência falha gravemente mesmo no estudo de assuntos como o aquecimento global que estaria acontecendo aqui e agora, quanto mais ela não é falível ao investigar o que teria acontecido há bilhões de anos ou mesmo há 5770 anos quando o mundo começou a existir ou quando a vida originou-se ou sobre a verdade da evolução das espécies? Por exemplo, a ideia de que a vida teria surgido casualmente, é totalmente anti-científica já que a probabilidade de isso ter acontecido é ínfima( e a ciência hoje trabalha basicamente com probabilidade e não com causalidade) e nenhum teste de laboratório conseguiu ver isto acontecendo. Pelo contrário, naturalmente, as coisas tornam-se mais simples e não mais complexas. A teoria da evolução também já está há muito tempo na berlinda, já que os fósseis em série não foram encontrados, ou seja, a transformação de uma espécie para outra não foi encontrada( o próprio Darwin dizia que se isto não acontecesse sua teoria estaria errada). Além disso, hoje sabemos que as mutações são prejudiciais de uma forma geral e não levam a "vantagens adaptativas". Então, por quê estas teorias não são descartadas? Porque a outra hipótese não é científica. Tanto porque ela não faz parte do escopo da ciência quanto porque ela não é admitida pela ideologia científica. Nominalmente, estou falando de D-us. Então, "já que só temos uma hipótese, vamos acreditar nela até o fim".
Dessa maneira, vemos, primeiro, que muito do que nos é passado como ciência é apenas ideologia travestida de ciência. Segundo, que mesmo o melhor da ciência tem graves limitações que são reconhecidas por grandes cientistas como Einstein.
Por outro lado, é fácil compreendermos que a Torá é a Sabedoria divina. Portanto, eterna e perfeita(Veja aqui no blog os textos de maio de 2009). Então, quando confrontamos a Torá com a ciência devemos nos lembrar das inúmeras limitações da ciência e do caráter ilimitado da Torá. Assim, vamos aproveitar o que há de melhor nas duas. Na primeira, o conhecimento maior de aspectos específicos da realidade e o conforto da tecnologia. Na segunda, uma enorme consciência e conexão diária com o Criador do universo, o conhecimento Dele e de verdades universais.

Para quem quiser aprofundar-se mais sobre o tema, recomendo a leitura do livro "Mind over Matter" que é uma coletânea de ensinamentos do Rebe sobre o tema; "Evolution: A Theory in Crisis" de Michael Denton; a seção sobre este tema no site do chabad http://www.chabad.org/library/article_cdo/aid/435073/jewish/Torah-Science.htm, a visita ao site de uma revista que só publica textos sobre a relação entre Torá e ciência http://www.borhatorah.org/ e até um curso sobre filosofia da ciência do professor Olavo de Carvalho http://www.olavodecarvalho.org/avisos/cursofilosofiaciencia.html.

Afinal, o que é a chassidut chabad?

Estas não são definições da chassidut chabad, porém são princípios básicos dela expostos pelo próprio Rebe de Lubavitch em seu livro Hayom Yom. Creio que sabendo-os já pode-se ter uma idéia do que norteia esta filosofia e a vida dos chassidim. Para uma definição e um estudo mais profundo sobre o tema recomendo o discurso chassídico do Rebe "Sobre a Essência da Chassidut" que você pode comprar a tradução e edição em português aqui http://www.sefer.com.br/prodvar.aspx?codigo_produto=653&cookie_test=true. Mas, por enquanto, veja o Hayom Yom:

Hayom Yom, Kislev 16

Um princípio fundamental na filosofia Chabad é o de que a mente - que por sua natureza inata domina o coração - deve subordiná-lo para o serviço a D-us utilizando o intelecto, a compreensão e a contemplação sobre a grandeza de D-us.

Hayom Yom 25 de Tevet

Extraído das sichot do meu pai: Êxodo do Egito significa sair dos limites e restrições(Egito=Mitzraim=meitzarim=limitações), e a Chassidut dá ao homem a possibilidade de sair dessas restrições do mundo material. Existe, porém, uma diferença: o Êxodo do Egito significa romper e depois sair. Por isso, eles fugiram do Egito. O Êxodo da Chassidut consiste em refinar, corrigir, sair das restrições e limitações mundanas e materiais, porém permanecer dentro do mundo, devemos transcender suas limitações. Devemos remover os limites e restrições e captar a verdade - que o mundo por si só é realmente bom, pois afinal de contas, esta é a Sua vontade. Isto se consegue através da avodá da Chassidut(1).
Nota:
(1) Quando a sociedade e o ambiente ao seu redor, aparentemente, entram em conflito com a Torá pode haver uma reação de retirada do mundo material e seus questionamentos. A Torá rejeita o retiro monástico excessivo. Chassidut advoga pela permanência dentro do mundo material, ou seja, nas rotinas normais da família e do trabalho, recusando-se porém a submeter-se aos valores e princípios do mundo. Os valores do judeu são os da Torá, mesmo quando se está na feira ou no laboratório. Empregam-se as oportunidades e desafios do mundo para subordinar e utilizar as coisas mundanas em metas de valores e ideais da Torá. Isto é feito tanto intelectualmente ao confrontar-se com conceitos que parecem estranhos à da Torá , assim como observando as mitzvot mesmo em circunstâncias hostis. Sendo assim, mesmo estando no mundo, o judeu mantém um relativa distância deste.


1/11/2010

Kol Lev

Passei por um período em que estava bastante atarefado e depois fui viajar, por isso não escrevo no blog há algum tempo. Volto homenageando o chazan do Beit Lubavitch Leblon que agora também é cantor de uma banda chamada Kol Lev( Voz do Coração) que toca músicas litúrgicas com ritmos e arranjos diferentes. É bem legal! Parabéns, Yaakov Moishe! No site deles(www.kollevband.com.br)você pode encontrar mais vídeos, músicas e informações.