5/23/2009

A Torá é mesmo divina?

Já foi demonstrado no artigo "D-us existe?" que a Torá tem origem divina, já que a sua entrega para Moshé no Monte Sinai é um fato. E contra fatos não há argumentos. No entanto, pode-se provar isso de uma outra maneira: estudando-a e analisando se é possível que ela tenha sido escrita apenas por um ser humano.

1- Profecias


Na Torá, encontramos profecias que não devem deixar dúvidas mesmo aos mais céticos. Moshé falou ao povo o que aconteceria até milênios depois da época em que ele viveu. Hoje a História registra os fatos.
Vou listar e comentar algumas delas, baseado nos comentários do Ramban(1):

No livro Leviticus(Vayikrá), capítulo 26 lemos profecias sobre o primeiro exílio:

" E Eu vou espalhar vocês pelas nações." - o primeiro exílio para Babilônia.

" E Eu vou trazer desolação a terra." - a destruição da Terra Prometida.

" E Eu não vou cheirar o aroma dos seus doces odores."- sacrifícios pararam de ser oferecidos

" Depois a terra será paga pelos seus Shabatot" - a duração do primeiro exílio(70 anos) foi proporcional ao número de anos Sabáticos(2) não respeitados.

" E vocês comerão a carne dos seus filhos e a carne das suas filhas." - o profeta Jeremias relata que essa profecia foi cumprida no seu livro Lamentações(2:20), na destruição de primeiro templo.

Em Deuteronomio(Devarim) 28 lemos profecias sobre o segundo exílio que dura até hoje:

"E vocês serão extirpados da terra". - segundo exílio.

" O Senhor trará sobre vocês uma nação distante, do fim da Terra". - referência a Roma.

" Vocês noivarão com uma mulher e outro homem se deitará com ela"- um decreto romano.

" E D-us espalhará vocês por todas as nações de um fim da Terra até outro fim da Terra". os judeus se exilam em todo o mundo.

" E no meio dessas nações vocês não terão repouso, e não haverá descanso para sola do seu pé... e vocês terão medo noite e dia" - situação dos judeus no exílio.

" E aos que restarem de vocês, eu vou mandar uma fraqueza aos seus corações... e vocês não terão poder para enfrentar seus inimigos" - os judeus são facilmente subjugados.

" Vocês serão acometidos por doenças e pragas nem mencionadas na Torá" - sofrimentos do exílio.

" Vocês servirão deuses... madeira e pedra lá" - uma referência ao subjugamento dos judeus com conversões forçadas ao deus de madeira(cruz) e ao jugo do deus de pedra de Meca e Medina.

Agora voltando ao Leviticus, capítulo 26:

" E os seus inimigos que moram na Terra de Israel ficarão desolados lá" - Nas Escrituras a Terra Prometida é descrita como uma terra que jorra leite e mel. No entanto, desde que os judeus sairam de lá e até eles voltarem com a criação de estado de Israel, a terra era realmente desolada, uma terra de pantânos!

"... Eu não desgostarei deles nem me cansarei deles a ponto de destruí-los e quebrar minha aliança com eles, uma vez que eu sou D-us, o Senhor deles". - o profeta Jeremias expressou isto da seguinte maneira: "Só se o sol, a lua e as estrelas desaparecerem, a semente de Israel irá também desaparecer". O fato de haver um judeu escrevendo este artigo e um outro lendo-o somado a essa profecia já provam a origem divina da Torá e, obviamente, a existência de D-us.

Existirmos até hoje é, sem dúvida, um grande milagre e ,como vimos, tudo está previsto na Torá!


2- Códigos da Torá


Para quem se sente mais à vontade com números e estatística, a análise dos códigos contidos na Torá é bem elucidativa. Estes códigos foram descritos há mais de meio século por um rabino chamado Michael Weismandel. No entanto, apenas com o advento dos computadores foi possível avaliar se eles são apenas uma coincidência ou se demonstram de fato a origem divina da Torá. Destaco um texto que encontrei no site do "chabad"(3) em português( para ler a íntegra, clique aqui: http://www.chabad.org.br/datas/shavuot/a%20tora/codigos_tora.html)

"Em 1986 o Dr. Eliyahu Rips, Doron Witztum e Yoav Rosenberg realizaram uma extensa experiência: desvendar se os nomes de 64 rabinos famosos, estavam codificados em intervalos de letras iguais no primeiro livro da Torá. Descobriram o seguinte: os nomes dos 64 grandes rabinos estavam de fato codificados em Bereshit, e as datas de nascimento e morte dos mesmos estavam codificadas bem próximas a cada um de seus respectivos nomes. A probabilidade de que tais códigos sejam feliz coincidência é de 1 em 62.500. Este resultado estatístico é altamente significativo e indica que todas estas informações haviam sido deliberadamente codificadas na Torá milhares de anos antes de tais rabinos terem nascido.

A experiência dos Rabinos Famosos e seus resultados foram levados ao mundialmente renomado Instituto de Estatísticas Matemáticas, em Harward. De modo a avaliar sua validade, foram rigorosamente revistos e analisados durante seis anos. Tal estudo foi posteriormente publicado em uma conceituada revista de matemática, "Statistical Science", em agosto de 1994.

Os resultados desta experiência, no entanto, não estão isentos de críticas. Muitas pessoas argumentam que o fenômeno dos códigos é peculiar à língua hebraica. Para contra-argumentar, Eliyahu Rips, Doron Witztum e Yoav Rosenberg tentaram duplicar a experiência em outros textos hebraicos. Não encontraram tais códigos em nenhuma outra publicação em hebraico. Nos últimos três anos vários outros matemáticos tentaram encontrar a "falha fatal" nesta experiência. Nenhum teve sucesso.

Para corroborar a veracidade dos códigos dos Rabinos Famosos, o Dr. Harold Gans, matemático criptólogo sênior da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, realizou experimento similar. O Dr. Gans tem praticamente três décadas de experiência em desvendar códigos para o governo dos Estados Unidos, que mantém os métodos e especialistas mais avançados no mundo em descriptografia de documentos codificados.

A princípio, o Dr. Gans estava muito cético quanto à existência de códigos legítimos da Torá. No entanto, quando realizou a experiência, além de validar seus resultados, fez uma descoberta adicional: além dos nomes e datas em que nasceram e morreram cada um dos rabinos haviam sido codificadas também suas respectivas cidades. Que conclusão, então, tiraram Eliyahu Rips, Doron Witztum, Yoav Rosenberg e Harold Gans da experiência com os Rabinos Famosos? Apenas uma: que as informações haviam sido deliberadamente colocadas na Torá. E no entanto, a Torá existe em sua presente forma há milhares de anos. Como o seu autor poderia ter tido conhecimento sobre a existência futura, bem como detalhes da vida de homens que só iriam nascer séculos mais tarde?

A única conclusão lógica é a de que o autor não pode ter sido um ser humano - pois quem colocou todos os dados lá, não estava limitado pelo tempo nem pelo espaço. Mais uma constatação incrível de que a Torá é de autoria Divina.

Ao se decifrar quaisquer códigos, o maior desafio é avaliar-se se os padrões de palavras codificados ocorrem acidental ou deliberadamente. Obviamente, podem-se encontrar interessantes padrões de palavras em praticamente qualquer texto examinado - em um romance, no jornal diário ou mesmo neste artigo. Felizmente, o campo de estatística permite aos matemáticos asseverar - com razoável certeza - se os padrões de palavras ocorrem por coincidência ou se foram deliberadamente codificados dentro de um determinado texto.

Mas, à medida que se tornou mais conhecida a experiência dos Rabinos Famosos, inúmeras pessoas publicaram livros que ameaçam inteiramente a credibilidade da pesquisa sobre os códigos da Torá. Tais livros não empregam metodologia científica alguma, nem fazem distinção entre códigos estatisticamente significativos e códigos que aparecem acidentalmente. O exemplo mais notável é o livro "O Código da Bíblia", de autoria de Michael Drosnin. Apesar de ser bestseller em nove países, as informações e alegações apresentadas no livro são altamente falaciosas. A obra apresenta códigos que não têm significado estatístico e ainda vai mais longe, alegando que os mesmos podem ser utilizados para se prever o futuro.

Eliyahu Rips, Doron Witztum e Harold Gans denunciaram a veracidade das informações apresentadas no livro de Michael Drosnin. Afirmaram que seu trabalho tem falhas de lógica e que não utiliza nenhum dos métodos estatísticos necessários para validar a colocação intencional dos códigos. Os pesquisadores também demonstraram, através do uso da matemática e da lógica, ser impossível usar os códigos da Torá para se prever o futuro."

A significância estatística destes códigos é de um para cinquenta, cem, duzentos mil!Vale lembrar que atualmente, na medicina, um estudo é considerado como estatisticamente significativo quando ele mostra que a probabilidade de o evento ser coincidência é menor do que 1 para vinte!

Por tudo que vimos, racionalmente, está claro que D-us existe e que a Torá é divina.

Notas:

(1) Ramban é um acrônimo para Rabino Moshe ben Nachman(1194-1270) . Ele foi um grande rabino, cabalista, comentarista da Torá e médico espanhol. Não confundir com Rambam ou Moshe ben Maimon(1135-1204) que foi um grande rabino, codificador das leis da Torá, filósofo e médico espanhol.

(2) A Torá comanda os judeus a guarderem os anos sabáticos: após entrarem em Israel deveriam trabalhar a terra por seis anos e, no sétimo, descansá-la.

(3) "Chabad" é um acrônimo para três palavras hebraicas: "Chochma", "Biná" e "Daat". São três termos que podem se traduzidos como conhecimento. Porém, cada um tem a sua particularidade...Os chassidim lubavitch são chassidim chabad. Em breve, abordarei o tema no blog.

(4) Como a idéia era apenas demosntrar o sentido das profecias eu mesmo traduzi livremente do texto em inglês "Proof of the existence of God" os trechos da Torá. Para ler a íntegra desse texto, clique aqui: http://www.chabad.org/library/article_cdo/aid/108386/jewish/Proof-of-Gds-Existence.htm


Um comentário:

  1. Ola Banban!
    Muito sucesso nesse seu empreendimento. Comecou muito bem. Forte abraco do amigo juiz!

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