7/15/2009

O Nome da Parashá(Matot/Tribos)

Apesar de ainda não ter respondido a todas as questões que coloquei na primeira postagem, sinto que está na hora de partir para uma nova fase, começando a postar mais sobre a Torá e a Chassidut propriamente ditas. Ao mesmo tempo e aos poucos vou terminando de respondê-las...
Então começo com um pequeno resumo de uma Sichá(discurso) do Rebe sobre a porção semanal(Parashá) da Torá que é lida neste Shabat.

No entanto, antes disso é preciso lembrar que estamos num período de luto para o povo judeu. Desde o dia 17 de Tammuz(9 de julho este ano) até o dia 9 de Av(30 de julho este ano) temos Leis especiais como não poder fazer casamentos ou ouvir música. Este luto começa no dia 17 de Tammuz devido a queda da muralha de Jerusalém que precedeu a destruição do Templo Sagrado em 9 de Av. Desde então, sofremos por estarmos no Galut(exílio) e não termos mais o nosso Templo Sagrado(Beit Hamikdash). É interessante notar que, por Providência Divina, nestes mesmos dias ocorreram outras desgraças para o povo judeu. Por exemplo, no dia 17 de Tammuz, Moshe quebrou as primeiras Tábuas da Lei devido ao pecado do bezerro de ouro, enquanto no dia 9 de Av os judeus foram proibidos de entrar em Israel devido ao pecado dos espiões.

Bem, agora podemos começar o resumo da Sichá:

"A Parashá Matot é sempre lida durante este período de três semanas de luto relacionado a destruição do Templo Sagrado, que levou o povo judeu a um exílio físico e espiritual do qual ele ainda não se recuperou. Portanto, não é surpreendente que o nome desta Parashá contenha uma mensagem de inspiração que possa nos ajudar a vencer as adversidades do exílio. A Escritura usa dois termos para se referir a tribos de Israel: a) shevatim b) matot. A diferença entre eles é que "matot" também se refere a galhos que cairam da árvore, e já endureceram formando um bastão. Por outro lado, "shevatim" se refere a galhos que ainda estão conectados ao tronco e por isso são mais macios e flexíveis.
A filosofia chassídica ensina que o "galho" e o "bastão" aludem ao desenvolvimento da alma à medida em que ela passa de um mundo espiritual ao mundo físico. Em um mundo espiritual a alma está conectada com D-us de forma consciente como o galho que permanece conectado com o tronco. No entanto, antes de embarcar em sua missão, a alma está imatura. Ela nunca enfrentou um obstáculo em sua relação com D-us e, por conseguinte, nunca teve o prazer da conexão adicional que é trazida a uma relação pela superação de obstáculos. Dessa maneira, as "reservas ocultas" de poderes presentes na alma para vencer tais desafios ficam dormentes.
Todavia, quando a alma é colocada no mundo físico, num corpo físico e em tempos de exílio, tudo muda. Como um galho que está desconectado, a alma perde o seu envolvimento natural com o Criador e se encontra em um mundo que é antagônico à santidade e à verdade. Porém, nós temos a promessa que, se nos esforçarmos adequadamente, este galho mais flexível e macio irá logo tornar-se um bastão firme e rígido, que não se curva em sua dedicação a D-us.
Parashá Matos, então, nos ensina que D-us nos deu a habilidade de viver de acordo com as Leis da Torá sob quaisquer circunstâncias. É apenas uma questão de vontade e determinação da parte do judeu, já que ele tem toda a capacidade de viver de acordo com a Vontade e os Mandamentos de D-us, o Criador e Mestre do universo."

Espero que esta Sichá nos ajude a superar as dificuldades do exílio e a aumentar nosso cumprimento e estudo da Torá, fortalecendo nossa conexão com D-us!

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